Benfotiamina na Doença de Alzheimer

Luiz Moreira

Benfotiamina na Doença de Alzheimer

Melhora os parâmetros cognitivos em pacientes com comprometimento cognitivo leve e moderado


Além de placas e declínio cognitivo, múltiplas mudanças acompanham a DA, incluindo inflamação, estresse oxidativo e desregulação metabólica. Anormalidades no metabolismo da glicose, alterações vasculares e inflamação estão intimamente ligadas e são características comuns da DA.

- O metabolismo da glicose cerebral medido tomografia de emissão de pósitrons com 18fluor-desoxi-glicose (FDG-PET) muda décadas antes que a DA seja tipicamente diagnosticada, e as reduções na utilização da glicose correlacionam-se altamente com decínio cognitivo;

- Enzimas dependentes de tiamina difos50 (ThDP) regulam as etapas-chave no metabolismo da glicose no cérebro, e as atividades dessas enzimas diminuem no sangue e cérebro de pacientes com DA. A redução na atividade dessas enzimas fornece um mecanismo subjacente plausível para as anormalidades metabólicas.


Benfotiamina 

A benfotiamina, um precursor sintético da tiamina, é um antioxidante que tem ações diretas em várias enzimas metabólicas e vias, modulando inflamação e estresse oxidativo

- A ativação da enzima transceptolase pela benfotiamina acelera o desvio dos precursores de AGE em direção à via da pentose fosfato, reduzindo assim a produção de AGE;

- A redução de AGE diminui o estresse metabólico, o que reduz as complicações vasculares;

- Por ser mais eficaz em aumentar as concentrações de tiamina no sangue do que a administração direta de tiamina, a benfotiamina pode superar a redução na atividade de enzimas dependentes de ThDP na DA;

- Múltiplas abordagens sugerem que a benfotiamina inibe mediadores inflamatórios e aumenta a produção de fator anti-inflamatório na microglia ativada.


Resultados

Esse estudo placebo-controlado teve como objetivo avaliar a eficácia e segurança da benfotiamina em indivíduos com comprometimento cognitivo leve amnéstico (aMCI) ou demência leve devido à DA. Os resultados obtidos foram:

- O tratamento com benfotiamina foi seguro;

- O aumento no ADAS-Cog foi 43% menor no grupo da benfotiamina do que no grupo do placebo, indicando menor declínio cognitivo, e este efeito foi quase estatisticamente significativo;

- A piora na CDR foi 77% menor no grupo da benfotiamina em comparação com o grupo do placebo, e esse efeito foi mais forte nos não portadores de APOE?4;

- A benfotiamina reduziu significativamente os aumentos em AGE e este efeito foi mais forte nos não portadores de APOE?4. A derivação da análise exploratória de um escore padrão FDG PET mostrou um efeito de tratamento em um ano.


Conclusão

Os pesquisadores concluíram que a benfotiamina oral é segura e potencialmente eficaz na melhora dos parâmetros cognitivos em pacientes com comprometimento cognitivo leve e moderado na DA.


Referências bibliográficas

GIBSON, G. E.; LUCHSINGER, J. A.; CIRIO, R.; CHEN, H. et al. Benfotiamine and Cognitive Decline in Alzheimer's Disease: Results of a Randomized Placebo-Controlled Phase IIa Clinical Trial. J Alzheimers Dis, 78, n. 3, p. 989-1010, 2020.


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