Luiz Moreira
Os distúrbios do sono são comuns em mulheres na perimenopausa e na pós-menopausa e foram identificados como os principais sintomas da transição menopausal.
Cerca de 50% das mulheres pós-menopausadas apresentam distúrbios do sono, como a insônia.
Os distúrbios do sono estão associados com ondas de calor em mulheres na pós-menopausa. Há também uma associação entre a menopausa e a depressão, e a insônia pode ser uma das razões.
Opções de Tratamento
Os inibidores seletivos da recaptação de serotonina e inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (ISRS e IRSN) mostraram eficácia na melhora da qualidade do sono em mulheres na menopausa, uma vez que reduz a frequência e a intensidade das ondas de calor.
Porém, estudos com fitoterápicos, dentre eles a M. officinalis, têm demonstrado resultados significativos na melhora da qualidade do sono, em comparação com alguns agentes farmacológicos antidepressivos e sem causar efeitos colaterais significativos.
Melissa officinalis
A M. officinalis é tradicionalmente usada para o tratamento de vários distúrbios. Estudos recentes demonstram que a Melissa officinalis promove uma importante melhora nos casos de depressão, ansiedade, estresse e distúrbios do sono. Além disso, proporciona outros benefícios, como:
- Melhora da hiperglicemia;
- Dislipidemia;
- Doenças neurodegenerativas;
- Anti-inflamatório;
Resultados
Estudo conduzido por Shirazi et al. (2021) teve como objetivo avaliar os efeitos da suplementação de Melissa officinalis L. e comparar com o citalopram e o placebo na melhora da qualidade de vida de mulheres pós-menopausadas com distúrbios de sono. Os resultados obtidos foram:
- A média de todos os domínios do MENQOL foram melhorados de maneira significativa no grupo tratado com a M. officinalis quando comparado com o grupo citalopram e o placebo (p<0,001);
- O desvio padrão médio após oito semanas no grupo M. officanalis, citalopram e placebo foi de 2,2 vs. 0,56 vs. 0,36 nos sintomas vasomotores (P<0,001);
- No quesito psicomotor-social, o desvio padrão médio no grupo M. officanalis, citalopram e placebo foi de 1,02 vs. 0,25 vs. 0,17 (p<0,001);
- No quesito atividade motora, o desvio padrão médio no grupo M. officanalis, citalopram e placebo foi de 0,76 vs. 0,25 vs. 0,11 (p<0,001);
- Em relação a função sexual, o desvio padrão médio no grupo M. officanalis, citalopram e placebo foi de 2,3 vs. 0,35 vs. 0,41, respectivamente (p<0,001).
Conclusão
Os resultados desse estudo demonstraram que a M. officinalis pode ser recomendada para melhora da qualidade de vida em mulheres pós-menopausadas com distúrbios do sono.
Referências bibliográficas
SHIRAZI, M. et al. The Effectiveness of Melissa Officinalis L. versus Citalopram on Quality of Life of Menopausal Women with Sleep Disorder: A Randomized Double-Blind Clinical Trial. Rev Bras Ginecol Obstet. 2021 Jan 19. doi: 10.1055/s-0040-1721857. Online ahead of print.